quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Cinco dicas para reduzir as emissões da sua frota

Profissionais de gestão de frota estão enfrentando desafios em torno dos veículos e das alterações climáticas.


Muitas empresas dependem de uma frota de automóveis, caminhões ou vans para desenvolverem o seu negócio. A forma como eles utilizam estes veículos pode variar amplamente – um representante de uma empresa farmacêutica visita os médicos, um encanador vai até o cliente, um funcionário de uma empresa de agronegócio entrega sementes para um agricultor. Da mesma maneira que o uso dos veículos difere, o número de veículos em cada frota também pode variar muito - de cinco a 50 mil ou mais.

Apesar da diversidade de veículos utilizados e produtos ou serviços entregues, todos os profissionais de gestão de frota estão enfrentando desafios semelhantes em torno dos veículos e das alterações climáticas. Em um recente levantamento de gestores de frotas conduzido pelo PHH GreenFleet, 77 % disseram que tinham sido questionados por alguém da sua organização sobre o impacto ambiental da frota. Curiosamente, isso frequentemente começa com uma pergunta: "Por que não temos algum carro híbrido na nossa frota?"

Embora os gestores de frota fiquem muitas vezes frustrados por essa pergunta ("As pessoas pensam que eu durmo no trabalho? Claro que eu já considerei os híbridos!"), este é um grande começo para iniciar uma ampla conversa sobre que possibilidades criativas estão disponíveis para reduzir o impacto ambiental da frota. Na melhor das hipóteses, a pergunta leva a uma forte parceria entre os departamentos de frota, segurança e saúde ambiental.

Depois de trabalhar com diversas empresas nesse ponto e falar com dezenas de outras, o PHH e o Environmental Defense identificaram algumas das melhores práticas que podem ajudar as empresas a encontrarem formas financeiramente eficazes para reduzir a emissão de gases do efeito estufa (GEE) de suas frotas e ainda satisfazer as necessidades comerciais de seus motoristas de frota.

O que se pode medir pode-se administrar

A primeira constatação é um clássico ensinamento da gestão – o que se pode medir pode-se administrar. No entanto, verificamos que muitas empresas não estão medindo as emissões de suas frotas. Se nós não estamos medindo ativamente e fazendo relatórios sobre as emissões, nós provavelmente não estamos considerando as emissões quando decidimos quais os veículos que melhor atendem às necessidades de nossa frota.

Idealmente, uma empresa mediria todas as emissões de GEE de sua frota por meio das informações vigentes no uso de combustível. A utilização do veículo (dirigir na cidade versus dirigir em estradas, a capacidade do veículo de carga, etc), a manutenção e o comportamento durante a condução (dirigir em alta velocidade, direção agressiva, deixar o motor ligado fora de uso) podem ter um impacto significativo sobre a economia de combustível do veículo. Ao olhar para os dados atuais de combustível, uma empresa tem informações precisas sobre como está o desempenho dos seus veículos em comparação com as estimativas da EPA relacionadas à eficiência do combustível no veículo.

No caso das empresas que usam um cartão específico na compra de combustível para a frota, recolher esses dados é tão fácil como obter um relatório do seu fornecedor do cartão. Para as empresas que usam um cartão de crédito corporativo para todas as despesas profissionais, a triagem dos dados torna-se mais difícil, mas não é impossível. Uma vez que uma empresa estabeleceu seus parâmetros para a frota, ela pode então definir uma meta para reduzir o impacto ambiental da mesma.

Foco no resultado, e não na tecnologia

Ao considerar uma meta para a frota, é importante ter em mente o resultado que se está tentando alcançar - reduções reais nas emissões de gases do efeito estufa. Esta é provavelmente a coisa mais importante que aprendemos quando falamos com as empresas sobre suas frotas. Muitas empresas estão compreensivelmente animadas sobre tecnologias híbridas ou etanol como uma fonte de combustível renovável, e elas desenvolvem metas em torno da tecnologia. Essas metas podem ter consequências indesejadas.

Uma grande empresa de produtos voltados para o consumidor instituiu uma política em que todos os veículos alugados para seus executivos tinham de ser híbridos. Se o executivo não queria um híbrido, seria dado um subsídio para um outro carro. Apesar do aluguel do híbrido ser financeiramente melhor, a maioria dos executivos não queria um híbrido e recorreu ao subsídio para obter qualquer outro veículo que quisesse. A empresa não teve como acompanhar quais veículos eles estavam dirigindo. Como resultado, foi impossível medir o impacto ambiental desta política.

Um grande conglomerado definiu como meta colocar o maior número possível de veículos movidos ao combustível E85 em sua frota. Em alguns casos, eles retiraram os motoristas dos veículos com eficiência em combustível, mas que não eram compatíveis ao E85. Os motoristas do conglomerado não são instruídos para usar o E85 e muitas vezes não têm acesso ao combustível. O impacto ambiental deste objetivo é questionável.

A nossa recomendação é que as empresas estabeleçam metas de redução dos GEE, e não uma meta em torno de uma tecnologia específica. Isto oferece várias vantagens: em primeiro lugar, oferece à empresa a flexibilidade de olhar para todas as tecnologias disponíveis para determinar a melhor forma de cumprir essa meta. Para algumas empresas, usar uma combinação de tecnologias em função das necessidades dos diferentes segmentos da frota é a melhor maneira de maximizar a reduções.

Além disso, se uma empresa estabelece uma meta de redução dos GEE em vez de uma meta tecnológica, eles serão capazes de medir o impacto das campanhas anti-motor parado, de rotas mais eficientes ou da melhor manutenção dos veículos. Por último, ao estabelecer uma meta de redução dos GEE e regularmente realizar relatórios sobre os progressos alcançados, as empresas podem divulgar dados sobre as emissões da frota como parte de seu relatório geral sobre reduções dos GEE.

Procure por maneiras custo-eficazes de melhorar a eficiência e reduzir as emissões

O meio ambiente é o tema quente nos negócios atualmente. Como resultado, algumas empresas estão dispostas a aumentar os orçamentos de suas frotas para obter reduções ambientais. Isto é extraordinário, e esperamos que a iniciativa continue nos próximos anos. Mas sendo os ciclos de negócios do jeito que são, é irrealista pensar que as companhias estarão dispostas a pagar indefinidamente um preço mais alto pelas reduções ambientais.

Felizmente, a maioria das empresas não tem que fazer isso. Todas as empresas que analisamos têm oportunidades de reduzir as emissões sem aumentar os custos. Nossa recomendação é que as empresas comecem buscando as melhores relações custo-benefício para reduzir as emissões. Iniciativas que tragam benefícios para as empresas e o meio ambiente terão mais poder de duração e continuarão mesmo que o interesse da empresa em questões ambientais diminua.

Reduza o que você pode, compense o que não pode

Nossa conclusão sobre boas práticas é em relação ao tema controverso das compensações. Descobrimos que as empresas consideradas líderes na abordagem de questões ambientais utilizam compensações, mas só depois de terem sido feitas reduções nos seus negócios.

Não há veículos "clima neutro" em circulação hoje em dia (ok, há as bicicletas, mas elas não funcionam para a maioria das aplicações de frotas empresariais). Portanto, nossa recomendação é que as empresas procurem fazer a melhor relação de custo-benefício possível nas reduções e, em seguida, utilizando algumas das economias geradas, compensem as emissões remanescentes da sua frota. Há uma série de oportunidades viáveis de compensação, mas é melhor obter bons conselhos sobre qual delas entrega um valor válido ao meio ambiente.

O que se aplica as frotas se aplica a todas as práticas

Para muitas empresas, a frota é uma parte importante e visível da redução da pegada de GEE da companhia. É importante buscar formas de reduzir as emissões que ainda façam sentido comercial.

As melhores práticas descritas acima não se aplicam apenas à frota - essas são as melhores práticas para qualquer iniciativa ambiental que uma empresa queira investir. Ao incluir a frota a essas melhores práticas, as empresas têm uma oportunidade de fazer reduções de emissões de gases do efeito estufa reais, mensuráveis e custo-eficazes para seus carros corporativos e caminhões.

Karen Healey (Diretora de gerenciamento de produto da empresa de serviços de gestão de frota PHH Arval. Ela é responsável pelo produto sustentável da PHH, o PHH GreenFleet)
Fonte: Agenda Sustentável (
www.agendasustentavel.com.br)

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