quinta-feira, 27 de outubro de 2011

A reportagem a seguir trata de um estudo realizado pelo Centro de Energia Nuclear na Agricultura, em parceria com a Prefeitura de Piracicaba/SP, cujos resultados foram divulgados em 27 de outubro de 2011. A pesquisa trata dos principais fatores que provocam os gases do efeito estufa, no âmbito da cidade de Piracicaba/SP.

Diesel, gás natural e gado são maiores causadores do efeito estufa na cidade de Piracicaba/SP

27/10/2011 - 08:46

EPTV.com - Camila Ancona

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Um estudo do Centro de Energia Nuclear na Agricultura (Cena) aponta que os gases causadores do efeito estufa em Piracicaba decorrem principalmente da utilização de óleo diesel de caminhões, ônibus e tratores (28%), de gás natural das indústrias (15%) e da urina, fezes e gases do gado (13%). Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (27) na abertura da 1ª Exposição Ambiental, que ocorre de 27 a 30 de outubro no Engenho Central.Os excrementos dos animais bovinos emitem metano (CH4) e óxido nitroso (N2O), dois dos gases que, juntos com o gás carbônico (CO2), são responsáveis pela emissão de 1,1 milhão de toneladas de CO2 Equivalente em 2009 na cidade. Na sequência, os que mais emitem gases causadores do efeito estufa são a gasolina (11%), lixo doméstico (10%), fertilizantes (8%) e esgoto (7%) no município.“A quantidade emitida está dentro do padrão de cidades industrializadas do mundo”, afirmou o professor Carlos Clemente Cerri, do Cena, da Universidade de São Paulo (USP) e responsável pelo estudo que foi realizado em parceria com a prefeitura. As informações constam no "Primeiro inventário de emissões de gases do efeito estufa de Piracicaba", divulgado nesta quinta na exposição. De acordo com Cerri, a emissão de metano e óxido nitroso é muito maior do que o de CO2. “Estes dois primeiros têm muito mais incidência ao efeito estufa”, disse Cerri. Os gases devem ser combatidos para evitar o aumento do efeito estufa e, consequentemente, o aquecimento global. O objetivo é auxiliar o poder público a realizar decisões para auxílio da redução de emissão desses gases. Esta é a primeira vez que o estudo é realizado em um município, sendo que já foi realizada em partes urbanas de São Paulo, Belo Horizonte e Curitiba. Ainda segundo Cerri, o estudo foi feito a pedido do próprio município, interessado em identificar a origem e contabilizar sua quantidade. ExposiçãoCom o objetivo de divulgar ações de empresas, organizações não governamentais (ONGs) e do setor público, as secretarias de Defesa do Meio Ambiente e de Governo vão promover entre 27 e 30 de outubro a 1ª Exposição Ambiental de Piracicaba. Os barracões 9 e 14 do Engenho Central receberão o evento que também visa estimular a discussão e a troca de experiência entre diferentes segmentos da sociedade ligados às questões ambientais.

Disponível em: http://eptv.globo.com/piracicaba/noticias/NOT,1,5,375817,Oleo+diesel+gas+de+industria+e+gado+sao+maiores+causadores+do+efeito+estufa.aspx

sábado, 22 de outubro de 2011




Balão climático pode ser esperança contra aquecimento global



Stephanie D’Ornelas - 15.09.2011 - 16:30h





Não é de hoje que cientistas tentam descobrir métodos para controlar os processos climáticos do planeta. A geoengenharia, ciência que busca intervir no clima e manipular parte de seus mecanismos, vai ganhar em breve um aliado tecnológico: um balão amarrado a 1 km de altura.
O lançamento de tal balão é parte de um projeto chamado “Injeção de Partículas na Estratosfera para Engenharia Climática” (SPICE, na sigla em inglês). A empreitada tem financiamento de 1,6 milhões de libras (o equivalente atual a 43 milhões de reais) e está programada para o mês que vem. Coordenada pela agência britânica Marshall Aerospace, em parceria com algumas universidades do país, a SPICE pretende o que diz o nome: alterar a natureza do clima lançando partículas na estratosfera.
O princípio básico do projeto, conforme explicam os cientistas, é imitar o que acontece após uma erupção vulcânica. Um fenômeno, ainda pouco conhecido, foi observado pela primeira vez há vinte anos, nas Filipinas: após a erupção do vulcão Pinatubo, o gás e as cinzas resultantes do processo se espalharam pelo ar e causaram uma diminuição de 0,5° Celsius na temperatura do planeta inteiro. Simulando um processo pós-erupção, com substâncias apropriadas, os pesquisadores esperam conseguir obter um efeito parecido, e controlá-lo através do balão.
Esse dispositivo, por enquanto, estará apenas em missão de reconhecimento. Em primeiro porque ele lançará, no ar, várias espécies de partícula. Os cientistas ainda precisam analisar mais a fundo o que cada substância é capaz de fazer, e qual a melhor forma de lançar as partículas. Além disso, essa altura de 1 km é meramente experimental: a ideia é que os balões de geoengenharia, no futuro, sejam colocados em alturas superiores a 20 km do nível do mar.
O balão, que tem 20 metros de diâmetro, será lançado em Norfolk, no leste da Inglaterra. O cabo que ligará o balão ao chão tem a função de bombear água de cima para baixo ao longo dos seus 800 metros de comprimento, a uma velocidade de 100 litros por hora. Com esse protótipo, os cientistas esperam projetar no futuro balões gigantes controlando o clima da ilha britânica.
Os pesquisadores já falam em algo entre 10 ou 20 balões, de maior capacidade, instalados pela Inglaterra e atuando a 20 quilômetros do chão, o que ainda é uma meta para longo prazo. Com eles, segundo os pesquisadores, seria possível lutar contra o aquecimento global, reduzindo a temperatura média da Terra em um ou dois graus Celsius. [BBC].


Segundo a reportagem, as mudanças climáticas afetam o crescimento de determinadas espécies animais, de maneira a alterar a sua reprodução e a cadeia alimentar destes e de outros animais.


Animais estão encolhendo devido à mudança climática

05/10/2011 - 17h18


Os efeitos da ação humana sobre o ambiente, que provoca a mudança climática, são conhecidos. Entre eles, pode-se citar o degelo acelerado no Ártico e a intensificação das chuvas e dos incêndios. Agora, cientistas analisam como os animais estão sendo afetados.
Um estudo recente, publicado na edição on-line "The American Naturalist", indica que as altas temperaturas podem fazer com que determinadas espécies "encolham". A consequência imediata é que a reprodução é comprometida, com menos crias nascendo, e uma provável alteração de toda a cadeia alimentar.
Essa relação entre o tamanho e as alterações na temperatura, já comprovada anteriormente, mas nunca explicada totalmente, afeta somente os animais de sangue frio --como insetos, crustáceos, peixes, anfíbios e répteis--, que dependem de fontes externas de aquecimento como a luz do sol para se manterem aquecidos.
A pesquisa foi feita com 34 tipos de crustáceos copépodes, pelo doutorando Jack Forster, da Universidade de Londres. Segundo ele, as criaturas diminuíram uma média de 2,5% para cada um grau Celsius elevado.
Forster diz que esse fenômeno mudaria a cadeia alimentar em duas frentes. Menores, os animais de sangue frio passariam a comer outras espécies.
Por sua vez, quem está acima deles na cadeia alimentar teria que gastar mais tempo procurando comida para obter a quantidade suficiente.
Ou seja, a codependência entre as espécies seria mudada e levaria um tempo para se adaptarem.


Reportagem disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/ambiente/986084-animais-estao-encolhendo-devido-a-mudanca-climatica.shtml>.
Esta reportagem mostra que o derretimento observado no Ártico é quatro vezes maior do que foi apontado nos modelos de estudo até então realizados.


Painel do clima da ONU errou ao prever degelo no Ártico

Cláudio Ângelo - Folha UOL - 20/10/2011 - 10h01


Um novo estudo de cientistas dos EUA e da França sugere que o IPCC, o painel do clima das Nações Unidas, errou feio em suas previsões sobre o degelo do Ártico. No caso, errou para baixo: o derretimento observado é quatro vezes maior do que apontam os modelos.
O grupo de pesquisadores liderados por Pierre Rampal, do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts), publicou seus dados na edição desta semana do periódigo "Journal of Geophysical Research".
Eles uniram dados de modelagem com observações de satélites, navios e até submarinos para estimar que o mar congelado que recobre o oceano Ártico está afinando a uma taxa de 16% por década. Os modelos que alimentaram o relatório do IPCC, publicado em 2007, estimam essa taxa em 4%.
Segundo Rampal e seus colegas, os modelos climáticos computacionais que estimaram um polo Norte sem gelo no verão em 2010 estão atrasados 40 anos em relação às observações. Da mesma forma, o papel da chamada "amplificação ártica" --como é conhecido o efeito de aumento da temperatura devido à perda do gelo marinho e à maior absorção de radiação solar pelo oceano-- provavelmente foi subestimado.
Isso se deve principalmente ao fato de que os modelos não conseguiram reproduzir o aumento de velocidade que ocorre quando o gelo fica mais fino.
O mar congelado do Ártico está em permanente movimento, seguindo as correntes. Todo verão, elas empurram enormes quantidades de gelo para fora do oceano Ártico, pelo chamado estreito de Fram, entre a Groenlândia e o arquipélago norueguês de Svalbard, diminuindo a área do mar congelado.
Acontece que, com a água mais quente, as placas de gelo ficam mais finas (a média entre 1980 e 2008 é de 1,65 metro de afinamento no verão) e se rompem mais. Isso consequentemente aumenta a velocidade de "exportação" do gelo e, por consequência, amplia a redução de área da banquisa.
Em agosto deste ano, a Folha teve oportunidade de experimentar essa alta velocidade do gelo no estreito de Fram a bordo do navio Arctic Sunrise, da ONG Greenpeace. A amarrado a uma placa de gelo de mais de 200 m de comprimento, o navio derivou cerca de 80 km em dois dias.
Rampal afirma que os modelos falham em capturar essa relação entre deformação e velocidade. Aplicando a metodologia usada no novo estudo aos modelos, eles conseguiram resolver quase todas as diferenças entre modelos e observações --o que pode ajudar a estimar com maior precisão o papel do Ártico no clima futuro da Terra.