quinta-feira, 14 de julho de 2011

Mudanças climáticas provocarão aumento de doenças

As mudanças climáticas terão efeitos indiscutíveis na saúde, como o aumento das alergias e doenças transmitidas por mosquitos, e o aumento de problemas intestinais ligados à falta de água, advertiram nesta sexta-feira (19) em Paris especialistas em clima e saúde.

"Em 2050, um em cada dois verões (hemisfério norte) se assemelhará à onda de calor de 2003", que na França causou a morte de milhares de pessoas, indicou o diretor da Agência Sanitária do Meio Ambiente e do Trabalho (AFSSET), Dominique Gombert.

Segundo ele, já é possível prever que o aumento das temperaturas durante o verão provocará um forte avanço da mortalidade entre as pessoas mais velhas, ou frágeis. Além disso, as ondas de frio serão mais intensas, inclusive mais mortíferas, acrescentou o diretor.


Poluição

Alguns poluentes - como as partículas finas -, também aumentarão, devido ao aquecimento global, acrescentou. "Serão mais precoces e permanecerão por mais tempo", explicou Gombert.

"Esta poluição terá os mesmos efeitos dos picos de poluição atuais, que geram um aumento das doenças respiratórias (bronquite, asma) e problemas cardiovasculares, assim como uma sensibilidade maior às infecções causadas por micróbios", advertiu.

O aquecimento global provocará uma redistribuição da vegetação no território: por exemplo, a oliveira tentará subir para o norte.

Além disso, acrescentou, as árvores com pólen se estenderão, e por isso os períodos com muito pólen vão aumentar, o que provocará mais casos de alergias, indicou.

Câncer

São previstos também outros problemas de saúde, como cânceres de pele, devido à intensificação dos raios solares, e o aumento das doenças como a febre tifóide ou a cólera, porque a água será mais escassa e mais contaminada, alertou.

O especialista ressaltou que, embora as ameaças dos efeitos do aquecimento planeta pareçam claras, as medidas para proteger a saúde das pessoas são menos evidentes.

Para reduzir os fatores de risco, será preciso desenvolver a cultura da "adaptação", mas essa meta se depara com dificuldades, como a falta de interesse dos médicos, afirmou outro especialista.

"O aquecimento global é um tema que interessa aos meios de comunicação, mas menos aos médicos", lamentou William Dab, professor da cátedra de Higiene e Segurança no Conservatório Nacional das Artes de Paris.

Segundo ele, as mudanças climáticas não são "um risco a mais", entre outros, e sim "uma mudança de escala do risco", dada a quantidade de pessoas expostas.

O Observatório Nacional sobre os Efeitos do Aquecimento Global (Onerc) sugere algumas maneiras de combater esses efeitos das mudanças climáticas na saúde, entre elas umas supervisão maior dos agentes infecciosos e da qualidade da água e do ar.

Assunto internacional

Todas as nações precisam se comprometer com metas válidas juridicamente e verificáveis para reduzir suas emissões de gases-estufa para alcançar um novo acordo climático internacional, disse a chanceler alemã, Angela Merkel. A Alemanha sedia uma reunião informal com representantes de 35 países para tentar destravar as negociações sobre mudanças climáticas, tendo em vista que o primeiro período de compromisso do Protocolo de Kyoto acaba em 2012 e não há definição sobre sua continuidade ou substituição. Diversos países, entre eles Japão, Canadá e Rússia, não querem sua continuidade.

A Alemanha e a União Europeia pressionam para a criação de um novo acordo legalmente vinculante (que teria a participação dos EUA e da China, que não têm metas de corte de emissões em Kyoto). Nesse novo tratado, os países industrializados teriam de mostrar liderança, mas os países emergentes, como Brasil, Índia e China, também precisariam contribuir para a redução dos lançamentos de dióxido de carbono para a atmosfera.

"Agora nós precisamos de medidas concretas em cada país", disse Merkel a ministros e negociadores dos 35 países participantes do encontro.

O objetivo principal da reunião é garantir que a próxima Conferência do Clima da ONU, a ser realizada no fim do ano em Durban (África do Sul), seja bem sucedida. "Kyoto espira. Por isso, precisamos deixar claro como será o caminho a seguir", disse Merkel. (Notícia de 4 de julho)

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Brasil fica em 8º lugar em índice de mudança climática

O Brasil ficou em oitavo lugar no “Índice de Desempenho em Mudanças Climáticas” – um levantamento realizado por organizações ambientais e divulgado nesta quarta-feira em Poznan, na Polônia, durante a reunião da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre o tema.

Para destacar a falta de ações “fortes” contra a redução de emissões de gases que provocam o efeito estufa, os autores da pesquisa - a ONG Germanwatch e a Rede de Ação Climática (CAN, na sigla em inglês) - deixaram os três primeiros lugares vazios. A lista começa na quarta colocação, com a Suécia.

“As emissões totais de todos os países cresceram mais rapidamente do que nunca”, justificou Jan Burck, um dos autores do estudo da Germanwatch.

Em quinto lugar, ficou a Alemanha, seguida por França, Índia, Brasil, Grã-Bretanha e Dinamarca. Os últimos dez colocados são Grécia, Malásia, Chipre, Rússia, Austrália, Cazaquistão, Luxemburgo, Estados Unidos e, finalmente, Arábia Saudita.

Guinada alemã

O índice comparou 12 indicadores de 57 países para avaliar o nível de emissões, a tendência e a política para o clima de cada país. Entretanto, ele não levou em consideração as emissões provocadas pelo desmatamento e pelo uso da terra.

Somadas, as emissões dos países incluídos no Índice de Desempenho em Mudanças Climáticas representam 90% da produção de gás carbônico no planeta.

“Nenhum único país pode ser julgado satisfatoriamente no que diz respeito à proteção do clima”, esclareceu Burck, destacando que a recente mudança de direção na política ambiental alemã não pôde ser incluída a tempo.

A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, que até a reunião da ONU em Bali, no ano passado, era vista como uma das principais defensoras de metas de redução ambiciosas, vem afirmando que o combate à crise econômica mundial pode levar o país a rever suas posições.

Organizações ambientais aguardam a conclusão do encontro em Poznan na sexta-feira para verificar os impactos da crise econômica mundial nas negociações sobre o clima.

No ano passado, os três primeiros lugares na lista ficaram com Suécia, Alemanha e Islândia. Na lanterninha, ficaram Austrália, Estados Unidos e Arábia Saudita.

terça-feira, 12 de julho de 2011

Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas

O Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas. criado pelo Decreto nº 3.515. de 20 de junho de 2000. tem por objetivo conscientizar e mobilizar a sociedade para a discussão e tomada de posição sobre os problemas decorrentes da mudança do clima por gases de efeito estufa. bem como sobre o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) definido no Artigo 12 do Protocolo de Quioto à Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima. ratificada pelo Congresso Nacional por meio do Decreto Legislativo nº 1. de 3 de fevereiro de 1994.

O FBMC deve auxiliar o governo na incorporação das questões sobre mudanças climáticas nas diversas etapas das políticas públicas.

O FBMC é composto por 12 ministros de Estado. do diretor-presidente da Agência Nacional de Águas (ANA) e de personalidades e representantes da sociedade civil. com notório conhecimento da matéria. ou que sejam agentes com responsabilidade sobre a mudança do clima.

O Fórum é presidido pelo Presidente da República.

No site http://www.forumclima.org.br é possível ter mais informações sobre o fórum e sobre mudanças climáticas. Tais informações vão desde as perguntas mais freqüentes sobre o tema até um glossário com os termos mais utilizados.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Mudança Climática no Brasil

A mudança climática está tendo um impacto significativo nos padrões climáticos, nas precipitações e no ciclo hidrológico, afetando a disponibilidade de água superficial, assim como a umidade do solo e reposição de água subterrânea. Um recente estudo estima que a mudança climática está acontecendo devido ao crescimento global da escassez de água (20%), e devido ao crescimento populacional e ao desenvolvimento econômico (80%).

O Brasil tem tentado se alinhar as estruturas setoriais à conjuntura nacional e internacional sobre a questão da mudança climática. Persistem, todavia, problemas de carência de recursos humanos em quantidade e qualidade, deficiências de infraestrutura e logística capazes de atender questões emergentes do conflito entre desenvolvimento econômico e medidas de proteção, conservação e uso sustentável dos ativos ambientais.

Alguns esforços que o Brasil tem feito para enfrentar desafios da mudança climática:

O Ministério do Meio Ambiente, sofreu uma reestruturação com a criação de uma Secretaria de Mudanças Climáticas, do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

O Ibama tem focalizado suas ações de licenciamento, fiscalização e controle ambiental.

Recursos orçamentários e financeiros em quantidade insuficiente e, frequentemente, não disponíveis quando necessários, aliados à baixa capacidade de execução de fundos de doação e financiamento internacionais, impedem que se estabeleça uma gestão continuada dos programas e projetos essenciais à evolução e ao estabelecimento de uma gestão integrada da política ambiental.